BISFENOL-A.

O "Veneno" Bisfenol-A (BPA) Proibido em Mamadeiras, mas Presente em Diversas Embalagens

Editado em 14/07/2016.

Foi proibida pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) a produção e importação de mamadeiras que contenham o xenoestrógeno, que atua como hormônio feminino estrogênio no organismo, bisfenol-A ou BPA. As mamadeiras já fabricadas no Brasil ou importadas até o momento da proibição ainda puderam ser comercializados até 31 de dezembro de 2011.

Embora ainda seja apenas o primeiro passo, a medida foi comemorada, porque busca proteger as crianças de 0 a 12 meses. Outros utensílios de plástico, como copos, pratos, talheres e chupetas ainda devem ser vetados. O bisfenol-A já havia sido proibido em outros países, como Canadá e países da União Europeia.

Apesar de ser usado em vários produtos, especialmente nos de plástico, nem todas as pessoas conhecem o bisfenol-A. 
O bisfenol A foi sintetizado como estrogênio sintético pela primeira vez em 1891, na Rússia, mas como existiam outros estrogênios artificiais mais potentes, ele foi esquecido. Em 1930, voltou a ter suas propriedades investigadas e em 1950 fez seu retorno aplicado em policarbonatos usados para fabricar garrafas plásticas e para revestir o interior de latas de refrigerante. Nos anos 1970, surgiram as primeiras suspeitas sobre seus malefícios. Mesmo assim, sua aplicação em plásticos só aumentou, e hoje em dia é onipresente em produtos feitos de policarbonato transparente, além de ser um negócio altamente lucrativo.  

É um composto usado na fabricação de policarbonato que é utilizado na produção da maioria dos plásticos rígidos e transparentes e, também, na fabricação de resinas epóxi ou poliepóxido, um tipo de plástico que, ao ser misturado a um agente catalisador, endurece. Está presente em: extratos bancários ou comprovantes de pagamento impressos (no lado amarelo dos mesmos para "fixar a tinta"), em diversos objetos plásticos, como embalagens para acondicionar alimentos e bebidas, escovas de dente, brinquedos, garrafas térmicas, garrafas de água mineral, filtros de água, garrafas reutilizáveis de água (squeeze ou esportivas), peças automotivas, revestimento interno de latas e tampas de vidros de conserva (para evitar a oxidação), sacolinha plástica de supermercado, CDs e DVDs, computadores, eletrodomésticos, ferramentas pesadas, equipamentos esportivos, equipamentos médicos e em resinas de epóxi (colas, selantes dentários, tintas, adesivos, etc.). 

A contaminação com o bisfenol-A se dá principalmente pela ingestão. Ele se desprende dos recipientes plásticos e acaba contaminando o alimento. Uma pesquisa publicada pela Analytical and Bioanalytical Chemistry, mostrou que, no caso dos papéis termossensíveis (extratos bancários e comprovantes), por exemplo, a contaminação pode ocorrer pelo contato com a pele. Portanto, dê a preferência à recipientes de vidro e evite, quando possível, a impressão de comprovantes bancários. Essas são medidas recomendadas pelas autoridades de saúde para reduzir os riscos relacionados ao bisfenol-A. 


Lembra-se daquele velho conselho de não comprar latas amassadas?
Evite os alimentos enlatados e muito menos compre latas amassadas, pois quando estas amassam, levam ao maior desprendimento deste produto da sua superfície interna e à contaminação do alimento/bebida. 

Outra forma de contaminação do alimento ou bebida ocorre através do armazenamento em potes plásticos. É aconselhável não aquecer os alimentos e bebidas dentro de recipientes plásticos como copos, mamadeiras e potes e nem mesmo armazená-los quentes, pois, o BPA se solta do plástico com mais facilidade (até 55 vezes mais rápido ) quando exposto a variações térmicas.
As ameaças do bisfenol A à saúde humana são muitas. Estudos da Universidade de Cleveland mostram que 90% dos adultos possuem traços de BPA no organismo.

Prefira recipientes de vidro (melhor opção) ou porcelana ou aço inox.

Danos à saúde
Endocrinologistas alertam que o bisfenol-A causa um desequilíbrio que modifica o sistema hormonal. O efeito no organismo pode causar:

  • aborto,
  • anomalias e tumores do trato reprodutivo, 
  • câncer de mama e de próstata, 
  • déficit de atenção, de memória visual e motor, 
  • diabetes, 
  • diminuição da qualidade e quantidade de esperma em adultos, 
  • endometriose,
  • fibromas uterinos, gestação ectópica (fora da cavidade uterina), 
  • hiperatividade, 
  • infertilidade (devido a defeitos espermáticos e contagem de espermatozoides reduzida), 
  • obesidade, 
  • síndrome dos ovários policísticos,
  • anormalidades cromossômicas,
  • erros de classificação dos cromossomos,
  • Síndroma de Down,
  • Síndrome de Turner,
  • Síndrome de Klinefelter,
  • deformidade da Genitália,
  • início da puberdade precoce,
  • aumento da agressividade,
  • reversão das diferenças normais sexuais na estrutura cerebral,
  • eliminação das diferenças sexuais no comportamento,
  • mudanças em resposta a estímulos dolorosos ou de medo.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo (SBEM-SP) salienta que “o componente tem similaridade com o hormônio feminino e da tireoide. Ao entrar em contato com o organismo humano, principalmente durante a vida intrauterina, pode romper o sistema endócrino por interação com os receptores desses hormônios, trazendo danos irreversíveis à saúde da população”. Graças ao maior risco à vida intrauterina e aos bebês, a proibição do bisfenol-A nas mamadeiras foi o passo priorizado pelas autoridades. E a proteção às grávidas e ao restante da população? 

Como identificar se produtos e embalagens plásticas contêm BPA e outras substâncias nocivas?
Geralmente, os fabricantes inserem a identificação do material utilizado em embalagens e mamadeiras gravadas geralmente em seu fundo. Triângulos contendo os números de 1 a 7.
Para selecionar os plásticos que são melhores para seus filhos e para o ambiente, conheça os códigos de reciclagem de plásticos. Olhe para estes números e símbolos antes de comprar: 


CÓDIGO 1: PET (tereftalato de polietileno)
Mais encontrado em plásticos finos e transparentes como em garrafas de água (ou óleo, refrigerante, etc). Contém ftalatos e seu uso não é aconselhável. Garrafas deste material não devem ser reutilizadas, recarregadas ou aquecidas. Este plástico pode ser reciclado uma vez, gerando novos produtos secundários, como os têxteis, pára-choques, ou madeira plástica. EVITAR # 1.

CÓDIGO 2: PEAD (polietileno de alta densidade)
Este é o plástico mais grosso, leitoso ou opaco encontrado em embalagens de leite, garrafas de suco, detergente, xampu, e recipientes de óleo de motor e brinquedos. Ao contrário do 1, estes são seguros para reabastecer e reutilizar, mesmo que eles não aparentem tão bem quanto o 1 ou o 7. Reciclável uma vez em produtos similares aos do 1.

CÓDIGO 3: PVC (Policloreto de Vinila)
Encontrado em babadores, cobertores, garrafas squeeze, lacres, alguns frascos de manteiga de amendoim, e algumas embalagens de alimentos e detergentes. A fabricação de PVC libera a dioxina para o ambiente, um potente cancerígeno que se acumula em animais e em nós. Ele também pode conter ftalatos, substâncias químicas utilizadas, entre outras coisas, para amolecer plásticos. Alguns ftalatos são desreguladores hormonais que têm sido associados a possíveis problemas reprodutivos e defeitos de nascimento, e até mesmo a um menor tamanho do pênis em meninos. Trabalhadores de indústrias de PVC têm taxas de câncer mais altas. Podem ser descartados em usinas de reciclagem. EVITAR # 3.

CÓDIGO 4: PEBD (polietileno de baixa densidade)
Encontrado em plásticos macios, flexíveis, tais como aqueles usados em sacolas de supermercado, filme plástico, sacos de limpeza a seco, sacos de compras e sacos de lixo. Um dos plásticos mais seguros - mas os recicle, não os jogue fora. Muitos destes sacos poderiam ser bem substituídos por sacolas reutilizáveis, especialmente quando fazemos compras. Porém devem ser disponibilizados para a população embalagens de papel, similares aos sacos de pão para acondicionar compras e lixo doméstico.

CÓDIGO 5: PP (polipropileno) 
Encontrado em plásticos rígidos, mas flexíveis, como os utilizados para sorvete e iogurte, canudinhos, garrafas, recipientes de molhos de salada, e fraldas. Um dos plásticos mais seguros - os recicle, não os jogue fora.

CÓDIGO 6: PS (poliestireno)
 Encontrado em plásticos rígidos, como colheres de plástico opaco e garfos, e em isopor, tais como aqueles encontrados em copos, bandejas de carne e peixes, embalagens de marmitex (de isopor), embalagens de ovos, embalagens de legumes e frutas (inclusive de alimentos orgânicos) e embalagens de Fast Food "para viagem". Estes plásticos podem lixiviar estireno, ou seja soltar partículas em seu alimento ou bebida, uma neurotoxinaconhecida com outros efeitos negativos na saúde, autismo, defeitos congênitos e problemas reprodutivos. Algumas cidades, como San Francisco, Califórnia, e Portland, Oregon, proibiram seu uso. EVITAR # 6. 

CÓDIGO 7: Outros (incluindo policarbonato, nylon e acrílico)
Este é um símbolo saco de surpresas. Ele possui policarbonato, uma importante fonte do ruptor endócrino, o BPA, era encontrado na maioria das mamadeiras. O Policarbonato também é comum em garrafões de água de 5 L, garrafas esportivas, talheres de plástico e no revestimento de latas de alimentos. No Brasil, as embalagens da água mineral Indaiá, do Grupo Edson Queiroz, um dos maiores do país, são feitas de policarbonato. Mas o código 7 também inclui alguns dos mais recentes plásticos ecológicos, com exceção de polyactide, abreviado PLA ou plástico biodegradável compostável, estes terão junto ao triângulo enumerado com o 7 escrito "PLA" ou um símbolo de uma folha neles. Ele é feito de milho, batata, arroz, mandioca ou outro material vegetal e é compostável. Os plásticos nesta categoria devem ser evitados, porque eles podem conter substâncias químicas nocivas. Eles geralmente não podem ser reciclados. EVITAR # 7.

As escolhas mais seguras de plástico são numeradas com 2, 4, e 5, estes não contêm BPA e ftalatosporém contêm outros produtos químicos desagradáveis que, quando possível, deveriam ser evitados. Evite sempre os plásticos enumerados com 1, 3, 6, e quase todos os plásticos etiquetados com o número 7 (outros) inclusive os plásticos ecológicos (que não são verdadeiramente ecológicos), com exceção do polyactide, abreviado PLA ou plástico biodegradável compostável (possui um símbolo 7 com uma folha ou tem escrito"PLA").

Muitos fabricantes de alimentos orgânicos também estão utilizando embalagens com números 1,3, 6 e 7 (outros). Principalmente, o uso de bandejas de isopor (6) e filme plástico de PVC (6) para legumes e frutas, especialmente na rede de supermercados Pão de Açúcar. Também encontrei diversos produtos industrializados orgânicos com embalagem 7 (outros), como por exemplo o arroz integral orgânico da Taeq (Pão de Açúcar) e outros sem identificação como os produtos da Ecobio. Pagamos caro para ainda termos alimentos contaminados por substâncias nocivas e poluentes ao meio ambiente e animais! E onde está a tão pregada preocupação com o meio-ambiente? 
Acredito que tais materiais deveriam ser substituídos por vidro ou plástico compostável ou materiais de papelão mais rígido como era feito antigamente. Vamos boicotar produtos que sejam embalados em com estes materiais! 

Mais passos que você pode tomar
Embora seja provavelmente impossível evitar completamente todos os produtos de plástico, tente utilizar o mínimo de plástico possível, especialmentese você está grávidae nunca o utilize em contato com a comida.

Para reduzir a exposição ao BPA:

  • Carregue sua garrafa de água própria de vidro ou de cerâmica ou aço inox cheia com água filtrada de preferência por um filtro de barro (todo de barro ou cerâmica), ele retém substâncias tóxicas como metais pesados,
  • Evite o uso de água engarrafada (de plástico); utilize água filtrada com um filtro de barro (todo de barro),
  • Elimine ou reduza a quantidade de alimentos enlatados que vocêconsome e alimentos enlatados (leite) que o bebê usa,
  • Use mamadeiras e pratos de vidro ou, no mínimo, com rótulos que dizem "BPA free",
  •  seu bebê brinquedos de tecido ou de madeira, em vez deplástico.
  • Armazene seus alimentos e bebidas em vidro - não em plástico,
  • Se você optar por usar um micro-ondas, não faça comida de microondas em um recipiente de plástico,
  • Evite o uso de filme plástico de PVC (e jamais utilize nada nomicroondas coberto com ele),
  • Livre-se de seus pratos e copos de plásticoe substitua-os comvariedades de vidro,
  • Se você optar por usar utensílios de plástico, certifique-se de verificar o rótulo reciclagem no fundo do recipiente e utilize os de numeração 1, 2, 4,e 5. E livre-se daqueles mais antigosriscados,evite colocá-los na máquina de lavar-louçase não os lave comdetergentes fortescomo esses podem deixar mais produtos químicos, contaminando a sua comida,
  • Evite plásticos marcados na parte inferior com a etiqueta de reciclagem Nº 7, pois normalmente contêm BPA, exceto se estiver escrito "PLA" ou tiver um símbolo de uma folha,
  • Antes de permitir que um selante dental a seja aplicado em sua boca, ou de seus filhospergunte ao seu dentista para verificar se ele não contém BPA,
  • Evite manusear extratos bancários e comprovantes de pagamento de supermercados, cartão de crédito e outros. Estes não podem ser recicladosreciclagem de recibos com BPA pode espalhar o mesmo em outros produtos feitos com papel recicladoincluindo guardanapos e papel higiênico.
Para reduzir a sua exposição a outras substâncias químicas em plásticos:
  • Não cozinhar alimentos em recipientes de plástico ou usar assar /cozinhar sacosos resíduos de plástico pode se infiltrar na comidaquando aquecida num forno de microondas ou convencional,
  • Use recipientes de alimentos e bebidas de vidro, panelas de vidro ou de cerâmica certificada livre de contaminantes (não utilize as importadas da China) sempre que possível, especialmente se o alimento ou bebida estiverem quentes. No Brasil as melhores marcas de panelas de cerâmica são a Neoflan e Roichen,
  • Evite plásticos maleáveis, muitas vezes quando os mesmos não contêm o BPA, eles podem apresentar substâncias ainda mais tóxicas.



    http://estaoteenvenenando.blogspot.com.br/2014/10/o-veneno-bisfenol-bpa-proibido-em.html

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