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Espondilólise e Espondilolistese



Espondilólise e Espondilolistese






   frente do corpo à esquerda, região posterior à direita

Os termos espondilólise e espondilolistese são pouco conhecidos. Da população geral, o interesse em conhecer esses termos costuma vir, em sua maior parte, daqueles que foram diagnosticados com alguma dessas condições (ou cujos familiares o tenham sido) ou observaram isso no laudo do exame de imagem de alguém. De qualquer forma, esperamos que a explicação que segue seja útil.


O que é a espondilólise lombar?
Espondilólise é uma fratura de stress na região posterior de uma vértebra da coluna lombar.

E quais as possíveis causas da espondilólise?
espondilólise ocorre devido à excessiva sobrecarga importa nas facetas articulares. Atividades que gerem um movimento de inclinação para trás na coluna lombar, feitas de forma intensa e repetitiva (ginástica olímpica, por exemplo, onde há excessiva inclinação do tronco para trás, ou mesmo ballet) podem favorecer o surgimento da espondilólise. Porém, vale ressaltar que fatores metabólicos e outros, podem interferir e que o fato de alguém ter certas posturas ou realizar essas atividades não significa que vai desenvolver qualquer alteração, assim como o fato de não ter essas "alterações posturais" não significar que não irá desenvolver espondilólise.

E a espondilolistese lombar?
espondilolistese é o deslizamento de uma vértebra lombar sobre a outra, quando, devido a uma fratura, deformidade, má-formação ou doença, a estrutura da vértebra inferior não dá a estabilidade que seria esperada à vértebra acima.

Como assim?
A estrutura das vértebras lombares é que faz com que, mesmo diante dos esforços do dia-a-dia, mesmo esforços intensos, uma vértebra permaneça acima da outra sem se deslizar ou sair da posição. Quando essa estrutura é alterada, devido aos fatores que mencionamos, a capacidade de "segurar" a vértebra de cima deixa de existir e, assim, a vértebra superior se desliza à frente.





desenho simples, esquematizando o que ocorre na
espondilolistese ístimica (Tipo I)

Como é essa estrutura?
A vértebra lombar possui uma região anterior (frente) chamada de corpo vertebral. Sua região posterior (de trás) não é tão encorpada, mas formada de uma maneira que cria o "canal medular" (visão de cima da vértebra) e, numa vista lateral, se vêem as facetas articulares. Cada vértebra tem duas facetas articulares (uma em cada lado) para cima, e duas facetas para baixo.

vértebra vista por cima - canal medular


Pois bem, as facetas articulares de baixo da vértebra acima interagem (tocam) as facetas articulares superiores da vértebra de baixo. Confuso, não é? Veja a imagem para tentar entender melhor:




coluna lombar (frente do corpo à esquerda): podemos ver a
faceta articular inferior da vértebra acima em contato com
a faceta superior da vértebra abaixo.


Pela imagem podemos ver que as facetas da vértebra de baixo podem, por estarem à frente das facetas inferiores da vértebra de cima, impedir que esta última se desloque para frente. É basicamente assim que funciona.

E a espondilólise pode gerar a espondilolistese?
Pode. Se houver espondilólise bilateral existe a possibilidade de se tornar uma espondilolistese. Ainda assim, não é certo que isso ocorrerá, pois por mais que a faceta articular não esteja segurando, outros tecidos, como ligamentos, músculos e outros poderão "dar conta".

E as causas da espondilolistese?
espondilolistese pode ser causada por fraturas na região posterior das vértebras, por "má-formação" congênita, por doenças (ex: tumores ósseos) ou pelo próprio processo de envelhecimento (espondilolistese degenerativa). A sobrecarga excessiva na cola lombar pode, também favorecer o desenvolvimento da espondilolistese, de forma similar ao que ocorre na espondilólise, sendo que esta última pode precedê-la. Essas "causas" fundamentam a classificação da espondilolistese em 5 tipos, de acordo com a região da vértebra que está "permitindo" o deslizamento:
. Tipo I - espondilolistes ístimica: a fratura, ou defeito, ocorre na faceta articular (ver desenho mais acima).
. Tipo II - espondilolistese congênita: uma alteração óssea  congênita (que veio do berço, a pessoa nasceu com essa alteração) é a causa da espondilolistese.
. Tipo III - espondilolistese degenerativa: ocorre pela degeneração da coluna e do disco intervertebral (veja o artigo de Degeneração Intervertebral).
. Tipo IV - espondilolistese devido à fratura: uma outra região da vértebra, que não a faceta articular, sofreu uma fratura ou defeito que permite o deslizamento (ver desenho abaixo).
. Tipo V - espondilolistese patológica: por exemplo, um tumor ou outra doença causam as alterações que promovem o deslizamento.





vértebra vista por cima


Lembrando sempre que essas alterações não causam qualquer dor ou sintomas em grande parte das pessoas. Como já mencionamos, falaremos dos sintomas mais à frente. Por enquanto estamos apenas definindo os conceitos. O próximo artigo é sobre estenose lombar.

Fonte:
http://tratamentoherniadedisco.blogspot.com.br/p/espondilolise-e-espondilolistese.html

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