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GLUTÉN.



Pra começar este post quero deixar claro que a "sensibilidade ao glúten", a "doença celíaca" e a "alergia ao trigo" são quadros diferentes, por isso sempre deve-se ter certeza do diagnóstico, antes de qualquer coisa.
As fontes primárias de glúten são o trigo, centeio e a cevada. O glúten é um complexo de proteínas rico em gliadina, que tem a característica de ser resistente as enzimas digestivas. É resistente pois possui um aspecto de cola/chiclete, usado para dar liga em alimentos como pães, bolos, biscoitos e macarrão.
É preciso chamar atenção para o fato de que o intestino é um órgão fundamental para saúde. Alguns autores inclusive já o consideram uma espécie de "segundo cérebro". Tudo porque nele ocorrem alguns processos vitais, como a absorção de nutrientes, a secreção de hormônios e a síntese de neurotransmissores, incluindo a síntese de algumas elementos que possuem papel importantíssimo na modulação da inflamações e imunidade.
O aumento da permeabilidade intestinal é chamado de "leaky gut", um fenômeno onde o intestino começa absorver coisas que não deveria, como macromoléculas, toxinas, LPS e etc. Este aumento da permeabilidade é que leva ao aumento do risco de diversas doenças.
Nas últimas década, pesquisas têm demonstrado que a absorção intestinal de substâncias desnecessárias gera alterações intestinais que podem contribuir para a gênese de várias patologias crônicas, como alergias, obesidade, diabetes, doenças autoimunes, depressão, doenças cardiovasculares e câncer.
Um estudo recente publicado na Nutrients em 2015, feito em várias universidades, entre elas Harvard e Johns Hopkins, observou o efeito da gliadina (glúten) no intestino de 4 tipos diferentes de pacientes:
• Celíacos em remissão
• Celíacos em atividade
• Sensíveis ao glúten
• Pacientes normais
Foi observado que o glúten aumentou a permeabilidade intestinal em TODOS os pacientes, inclusive naqueles que eram considerados saudáveis. Porém, com maior intensidade nos pacientes celíacos em atividade e nos sensíveis ao glúten.
Por isso eu sempre falo para os meus pacientes que o glúten não é saudável de jeito nenhum, e, para alguns subgrupos isso traz consequências mais graves do que para outros. Isto não quer dizer que causa os mesmos danos à todos, e nem mesmo que necessite obrigatoriamente ser excluído por completo por todos.
Mas sabendo que não é saudável, ideal é que pelo menos todos busquem diminuir seu consumo, bem como o consumo de todos os tipos de farinha em geral, também pelos picos glicêmicos. Evitar, não é necessidade de excluir, a menos que hajam problemas de incompatibilidades que exijam tal medida!
Outra coisa importante: informação, orientação, não significa obrigatoriedade, portanto aqueles que não desejam diminuir o consumo, bem como aqueles que acreditam que farinha de trigo traga benefícios, procure viver bem com sua consciência e não incomodem nem tirem a paz daqueles que preferem cuidar melhor de seu corpo e sua saúde através de boas práticas alimentares.
E aí: você continua achando que o glúten é uma coisa boa para sua saúde?

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