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O problema dos cereais refinados.

O problema dos cereais refinados


Atualmente, os cereais representam dois terços das calorias e a metade das proteínas ingeridas pelos humanos. Ou seja, são um produto de vital importância na alimentação atual.
1. Mudanças nos cereais
Em linhas gerais, o modo de consumir os cereais mudou substancialmente dos tempos antigos, em vários aspectos:
- Do começo do consumo de cereais até à atualidade, estes sofreram importantes modificações; a princípio, eram selecionadas as variedades com certas características e, atualmente, por meio da engenharia genética, provoca-se a supressão e/ou modificação de alguns genes mediante técnicas de biologia molecular. Na atualidade, existem ao redor de 100 espécies diferentes, em sua maioria, cereais que sofreram modificações genéticas. Para muitas pessoas essas alterações genéticas carecem de importância, porém, deve-se levar em consideração que qualquer modificação na composição genética é traduzida em uma mudança na estrutura das proteínas que ingerimos e isto, em alguns casos, pode fazer com que nossas enzimas e mucinas sejam incapazes de assimilar e neutralizar as novas moléculas.
- Antigamente, o grão era consumido cru e inteiro, enquanto atualmente, na maioria dos casos, separa-se o farelo de cereais, reservado para o consumo animal e, além disso, o grão é cozido. Tudo isso implica uma série de diferenças bioquímicas em relação à antiguidade:
a. Consome-se proporcionalmente muito mais amido, menos celulose (perde-se 90% da fibra), muito menos proteínas úteis, vitaminas, fósforo, magnésio, cálcio e ferro.
b. A cocção dos alimentos gera uma grande mudança na estrutura de seus constituintes.
2. Efeitos nocivos dos cereais
O perigo procede de certas proteínas do trigo e do milho: ou essas proteínas foram tão modificadas que as enzimas e mucinas de certos humanos não se adaptaram, o que impede sua assimilação ou neutralização, ou as mudanças nessas proteínas transformaram-nas em substâncias tóxicas para o organismo humano.
As proteínas do arroz, embora também sejam alteradas pela cocção, são muito mais bem toleradas.
O consumo de trigo e de milho foi relacionado com várias doenças:
- Depois da remissão dos sintomas característicos da poliartrite reumatoide, produzida após um período de jejum, a reintrodução do milho provoca uma recidiva em 56% dos casos. O trigo tem o mesmo efeito em 54% dos casos.
- A esclerose em placas apresenta uma maior incidência nos anglo-saxões e escandinavos, que são grandes consumidores de cereais.
- A doença celíaca e a dermatite herpetiforme são doenças provocadas por uma resposta imune contra o glúten, que é um peptídio da gliadina (proteína do trigo, da cevada e do centeio). A supressão de qualquer alimento que contenha algum desses cereais permite a remissão dos sintomas provocados por essa doença.
- Algumas enxaquecas desaparecem com a supressão dos cereais da dieta.
- Na diabetes juvenil, atribui-se uma grande importância às farinhas dos cereais.
- Nas depressões nervosas, observou muitas vezes um papel causal do trigo.
- Foi revelada uma correlação muito chamativa entre a frequência de esquizofrenia e a quantidade de trigo, cevada e centeio consumida por habitante.
- A doença de Crohn costuma remeter com a nutrição artificial. A reintrodução de certos alimentos, entre os quais o trigo e o milho, pode desencadear uma recaída.


O consumo de trigo, milho e outros cereais como a cevada e o centeio foi relacionado com várias doenças comuns atualmente.

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