ÁGUAS ENGARRAFADAS que consumimos

ÁGUAS ENGARRAFADAS que consumimos... Caros leitores e subscritores – é sabido que a água mineral engarrafada é a bebida cujo consumo mais cresce em todo o mundo. Sem sombra de dúvida, que a água mineral é refrescante, sem calorias, fácil de carregar, sendo mais saborosa que alguma água de filtros comuns e, por conseguinte, muito mais saudável que os refrigerantes. No entanto, cada vez mais perguntamo-nos se a água mineral e a embalagem em que ela é vendida são seguras ou, ao menos, mais seguras do que a água do filtro – e se tal conveniência vale o impacto ambiental... Nesta etapa, afirmo que um dos maiores perigos para o consumidor é a água mineral "pirata" - que não foi fiscalizada pelos órgãos responsáveis e pode vir de fontes contaminadas por substâncias tóxicas ou microrganismos. De facto, a contaminação da água mineral em garrafas é mundial! A maioria das águas minerais é comercializada em garrafas de “tereftalato de polietileno”, indicado no fundo da embalagem por um número 1, PET ou PETE. A resina PET é inerte, e só quando submetida a altas temperaturas, como numa incineração não-controlada, pode libertar componentes químicos perigosos. Os garrafões, garrafas pequenas e grandes que são submetidos ao calor directo e indirecto do sol, e ainda com os balanços do seu transporte, pode efectivamente ser um grave problema. E não esquecer, que a durabilidade, ou seja, o descarte indevido prejudica o meio ambiente, porque o material não é absorvido pela natureza. As altas temperaturas, no entanto, não são o único risco potencial, pelo que o local onde armazenamos as garrafas de água, e outros itens, que guardamos juntos no mesmo espaço também podem causar problemas. Especialistas aconselham a não armazenar água na garagem, sob o sol, perto de fuligem de gasolina, pesticidas e outros produtos químicos que podem, no mínimo, afectar o cheiro e o gosto da água. O mesmo cuidado vale para a loja onde o consumidor costuma comprar o galão ou a garrafa. Não compre em postos de gasolina, onde as embalagens ficam expostas a combustíveis, ou armazenadas em locais pouco limpos. O grande problema não está só na armazenagem, mas no jeito como transportam a água. Muitas pessoas bebem água comprada em galão e deixada num carro quente, horas a fio. Portanto, a exposição ao sol, desta maneira, altera o equilíbrio químico, especialmente se for uma água mineral da fonte. Isso não tem a ver com a garrafa, mas com os componentes que já estavam na água quando ela foi recolhida. Realmente a exposição ao sol também é o motivo pelo qual, por exemplo, há formação de limo em alguns bebedouros. Essas algas não fazem mal, mas o consumidor sente uma repulsa inicial, e pensa que a água está estragada, imprópria para o consumo. Enquanto isso, pesquisadores no mundo inteiro já levantaram estandartes de advertência com relação a certas substâncias químicas específicas. Por exemplo, o antimónio é um produto químico potencialmente tóxico utilizado na fabricação do PET. Há pouco tempo atrás, cientistas da Alemanha descobriram que, quanto mais tempo uma garrafa de água fica armazenada (na loja ou em casa), mais antimónio desenvolve, pelo que altas concentrações de antimónio podem causar náusea, vómitos e diarreia. No estudo, os níveis encontrados eram inferiores aos considerados seguros pela EPA, mas trata-se de um tópico que requer mais pesquisas. A propósito, em julho de 2007, um comité dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) concordou que o “bisfenol A” (BPA), produto químico encontrado no policarbonato (utilizado na fabricação de garrafões de água para resfriamento, garrafinhas de água de uso desportivo e outros plásticos rígidos, mas não do PET), pode causar problemas neurológicos e comportamentais em fetos, bebés e crianças. De igual modo, outra pesquisa, patrocinada pelos NIH, descobriu que o risco era ainda maior, afirmando que a exposição de adultos aos efeitos do BPA provavelmente compromete o cérebro, o aparelho reprodutor feminino e o sistema imunológico! Mas, também, deviam os consumidores procurar saber sobre o pH da água que consomem, será fundamental para a saúde integral. O pH significa "potencial Hidrogeniónico", que é uma escala logarítmica que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma determinada solução. Este conceito foi introduzido em 1909 pelo químico dinamarquês Søren Peter Lauritz Sørensen. Portanto, o pH varia de acordo com a temperatura e a composição de cada substância (concentração de ácidos, metais, sais, etc.). A escala compreende valores de 0 a 14, sendo que o 7 é considerado o valor neutro. O valor 0 (zero) representa a acidez máxima e o valor 14 a alcalinidade máxima. Os valores abaixo de 0 ou superiores a 14 também podem ser verificados nalgumas substâncias. As substâncias são consideradas ácidas quando o valor de pH está entre 0 e 7 e alcalinas (ou básicas) entre 7 e 14. Segue abaixo algumas soluções e respectivos valores de pH: Vinagre: 2,9 Coca-cola: 2,5 Saliva Humana: 6,5 - 7,4 Água natural: 7 Água do mar: 8 Cloro: 12,5 Para manter o equilíbrio do pH no nosso organismo é importante evitar alimentos com pH baixo (refrigerante, café, etc.) e consumir alimentos alcalinos como vegetais, frutas com pouco açúcar, etc. O pH no interior do estômago é aproximadamente 1,5 a 2, graças à presença do ácido clorídrico. A diminuição do pH no sangue humano está relacionado com o surgimento de doenças. Por sua vez, o valor normal do pH sanguíneo deve ser 7,4. Abaixo desse valor, a acidez do sangue torna-se um meio propício para os mais variados fungos, bactérias e vírus. Por exemplo, medições do pH da saliva dos meus pacientes com cancro registam valores entre 4,5 e 5,7. Em suma, a recomendação da American Public Health Association é que o pH varie de 7 a 10, o que caracteriza uma água neutra ou alcalina, tal como aludi acima neste texto, e que tomem cuidado com o uso de águas engarrafadas em plástico!

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