domingo, 3 de julho de 2016

AS INCRÍVEIS PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO-CONVENCIONAIS E SUPER NUTRITIVAS EXISTENTES NO BRASIL QUE ESQUECEMOS DE COMER.

As incríveis plantas alimentícias não-convencionais e super nutritivas existentes no Brasil que esquecemos de comer

Fonte: Camila Gomes Victorino
As incríveis plantas alimentícias não-convencionais e super nutritivas existentes no Brasil que esquecemos de comer
Apesar de não notarmos, nós costumamos comer sempre os mesmos alimentos, o que não é só ruim para nossa saúde, pois sempre ingerimos os mesmos nutrientes, como é ruim também para a agricultura familiar, para o bem-estar animal e para o envenenamento da terra. Mas como isso?
Na realidade, os alimentos que estamos acostumados a comer são alimentos exóticos, que vieram de outros climas e ambientes e que, portanto não estão adaptados plenamente às condições climáticas e do solo de nosso país. Isso faz com que demandem mais cuidados e muitas vezes agrotóxicos e adubos químicos. Atualmente com a agricultura orgânica, muitas técnicas naturais foram desenvolvidas para lidar com a plantação destes alimentos, porém o vício que temos em sempre comprar os mesmos produtos faz com que muitas plantas nativas do Brasil ou das diferentes regiões geográficas, faça com que muito alimento seja ignorado, mesmo quando ele está presente no seu quintal, na sua rua, brotando como ervas, vulgarmente chamadas de daninhas.
Estas plantas são tão bem-adaptadas ao clima que quase não precisam de cuidados, podendo ser plantadas em qualquer quintal ou apartamento. Sem necessidade de manejo, elas ainda aportam nutrientes que são raramente encontrados nos alimentos que costumamos comer, como proteínas, por exemplo, o que diminui ainda mais a necessidade por proteínas de vegetais exóticos, como soja, ou de animais na alimentação.
Uma dessas plantas é a Ora pro nobis, uma cactácea que apresenta folhas comestíveis, rica em proteína. Antigamente, ela era conhecida como “carne dos pobres”, pois era a única fonte de proteínas da população miserável de nosso país. Hoje ela está esquecida e é raro encontrar em feiras. Fácil de cultivar, ela – sendo arbustiva – pode render alimento para o ano todo, suas folhas podendo ser refogadas como couve, batidas para formar patês, junto com tofu, ou comidas na salada e batidas no suco verde. Além dela, existe ainda a taboa, aquela planta que as crianças costumam chamar de “arvore de salsicha.” A taboa, pasmem, é comestível, seus caules podendo ser colhidos e dele retirado o palmito para conservas. Além disso, sua inflorescência (a salsicha) contém grande quantidade de pólen que pode ser usado como cereal no café da manhã, misturado a massas de pães e bolos.
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Pesto de Ora Pro Nobis
Foto: brasilserv
alimentos não convencionais
Ora Pro Nobis in natura
Foto: mlstatic
Fora estas duas plantas não convencionais, há ainda uma variedade de vegetais que nem imaginamos ser comestíveis! A lista é gigantesca e vou falar aqui de mais três delas, deixando uma lista de outras plantas que encontrei em minha pesquisa para que vocês mesmos experimentem, caso as encontrem em locais seguros (neste caso locais limpos, fora do alcance de animais, de água suja e poluição).
Uma planta que está começando a ser comercializada e que é muito rica em vitaminas e minerais é a Taioba. A Taioba é uma planta que apresenta longas folhas verdes ricas em ferro e que podem ser refogada como couve. Além das folhas, a taioba forma tubérculos, que podem ser comidos cozidos, como batata ou inhame. Outra planta não convencional é o caruru. O caruru é aquela plantinha rasteira, sempre conhecida como erva daninha e que produz uma espiga com cheiro de tempero. O caruru, para quem não sabe, é parente da quinua e suas sementinhas podem ser comidas cozidas ou como cereal matinal. Por fim, eu cito uma última planta muito interessante que é aBeldroega. A beldroega é uma rasteira que produz flores rosas pequeninas com sementinhas cor de rosa ou amarelas. Suas folhas podem ser comidas refogadas ou em saladas, sendo seu cultivo praticamente espontâneo, pois ela se adapta facilmente a qualquer tipo de solo.
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Bolinho de taioba
Foto: Beira mar
Eu imagino que para alguns, foi uma grande surpresa constatar que algumas plantas que brotam em seu quintal ou mesmo em sua rua podem ser utilizadas como alimento. Disponibilizarei uma lista abaixo com outras plantas e seus nomes científicos e um vídeo sobre plantas alimentícias não convencionais. Além delas, eu imagino que com a tamanha biodiversidade brasileira devam existir várias outras que podem substituir plantas exóticas que precisam de grandes insumos, quantidade de água e cuidados.
Nossa alimentação é centrada naquilo que aprendemos! Desta maneira, nós comemos arroz, feijão e carne, mais alface porque nossos pais nos ensinaram assim e nunca pensamos que poderia ser diferente!
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Foto: Abril
Está na hora de rever estes conceitos e abrir o paladar para outras fontes de minerais, carboidratos, vitaminas, lipídeos e proteínas! A ânsia por alguns alimentos é muitas vezes mais imposição cultural do que verdadeira necessidade nutricional! Já pensou nisso? Assim como eu falo sempre sobre o vegetarianismo e sobre a possibilidade de se tornar vegano, sem que adoeçamos, aqui eu exponho como a natureza pode nos beneficiar, em qualquer região, com alimentos ricos, sem que para isso tenhamos que destruir a terra ou a vida dos animais.
Espero que a partir de agora sua vida alimentar fique ainda mais rica! Eu já experimentei várias destas plantas e pode apostar que são uma delícia quando bem preparadas!
LISTA DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO-CONVENCIONAIS
Abóbora do mato (Melotria pendula) – somente os frutos verdes devem ser comidos, em saladas, por exemplo;
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Foto: blogspot
Aroeira pimenteira (Schinus terebinthifolia) – os frutos são a conhecida pimenta rosa;
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Foto: Google user
Beldroega pequena (Portulaca oleracea) – folhas para sucos, sopas e saladas. É também medicinal;
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Foto: blogspot
Beldroega grande (Talinum paniculatum) – como a beldroega pequena suas folhas são usadas em saladas, sopas e sucos;
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Foto: Come-se
Bertalha coração (Anredera cordifolia) – suas folhas podem ser refogadas ou usadas em saladas. Seus tubérculos aéreos são usados cozidos como batata;
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Foto: Google user
Capuchinha (Tropeoalum majus) – suas flores são usadas em salada e suas folhas em saladas e sucos verdes;
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Foto: Culturamix
Caruru (Amaranthus viridis L.) -parente da quinua – usam-se as folhas para saladas, refogados, recheios e patês; as sementes são usadas cozidas ou torradas, em recheios e como cereal;
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Foto: Luirig.altervista
Dente de leão (Taraxacum officinale) – é uma planta medicinal estimulante, digestiva e depurativa. Suas folhas podem ser comidas em saladas ou batidas em sucos verdes;
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Foto: tuasaude
Hibiscus (Hibuscis sp.) – Apesar da origem africana, adaptou-se ao clima do país. De suas flores é feito o chá ou suco muito nutritivo. Suas sementes são ricas em proteínas e dela feita uma farinha que pode ser adicionada ao feijão. Seus frutos também são comestíveis;
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Foto: Flickr user
Jaracatiá / mamoeiro do mato (Jaracatiá spinosa)– parente do mamoeiro. Seus frutos fazem geleia e são muito apreciados quando maduros;
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Foto: Fazenda Citra
Lingua de vaca/ azedinha (Rumex acetosa) – folhas apreciadas na salada. Não devem ser comidas em excesso pela presença de ácido oxálico;
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Foto: Blogspot
Mamãozinho / Jaracatiá (Vasconcella quercifolia) – seus frutos maduros são comestíveis e do seu caule é feito o doce ralado de jaracatiá;
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Foto: Blogspot
Ora pro nobis (Pereskia aculeata) – suas folhas são usadas refogadas, em sucos verdes, patês e saladas. Suas folhas secas podem ser usadas como orégano ou como farinha. Deve-se tomar cuidado ao colher, pois possui espinhos. São ricas em ferro, proteínas e cálcio;
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Foto: brasilserv
Pepininho do mato (Melothria cucumis)- produz pepinos pequenos que podem ser comidos em saladas e usados para fazer picles;
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Foto: De verde casa
Pêssego do mato (Eugenia myrciantes) – fruto;
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Foto: Sérgio Bordignon
Picão / carapixo (Bidens pilosa) – mais uma planta cujas folhas podem ser usadas em saladas;
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Foto: Flickr

Serralha (Sonchus oleraceus) – usam-se as folhas como salada e refogadas; rica em vitamina A, D e E é similar ao espinafre;
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Foto: pbase
Seralhinha / flor de pincel (Emilia fosbergii Nicolson) – folhas podem ser usadas em saladas e sucos verdes. Seu chá é útil contra infecções urinárias. Suas flores também são comestíveis e usadas em risotos, saladas, sopas etc;
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Foto: Fradeonline
Taboa (Typha domingensis)- os brotos e centro do caule podem ser usados como palmito; das inflorescências tira-se o pólen que pode ser usado como cereal e em massas de pães e bolos; pode-se comê-lo cru. Por fim, a raiz pode ser cozida e tem o mesmo teor de proteína do milho e batata. NT: não colha taboas por aí, pois ela absorve metais pesados da água. Certifique-se que a água próxima das taboas é potável;
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Foto: Fradeonline
Taioba (Xanthosoma sagitifolium) – planta de sub-bosque, gosta de sombra e se adapta bem a sistemas agroflorestais. Suas folhas podem ser comidas refogadas; seus tubérculos podem ser usados como mandioca ou inhame;
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Foto: Jardim das ideias
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Foto: cpt
Trançagem / tanchagem (Plantago major) – usam-se as folhas como salada e refogadas. É também usada como planta medicinal, como infusão no caso de ardor no estômago e cataplasma para feridas na pele, acnes e picadas de inseto;
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Foto: Blogspot
Urtiga / Cansanção (Urtiga dioica) – usam-se as folhas somente refogadas, jamais cruas.
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Foto: Abecedário vegetal

Fonte:
http://ervasespeciarias.com.br/as-incriveis-plantas-alimenticias-nao-convencionais-e-super-nutritivas-existentes-no-brasil-que-esquecemos-de-comer/

sábado, 2 de julho de 2016

Anticoncepcional pode causar coágulo de sangue e levar à morte

Os anticoncepcionais chamados Yasmin, Femodene e Marvelon estão entre os mais perigosos, afirmam os cientistas. Essas pílulas são quase duas vezes mais propensas a causar coágulos sanguíneos.


Os hormônios que parecem causar maiores riscos são o gestodeno, desogestrel, drospirenona, etonogestrel e o norelgestromin. Estes hormônios estão presentes em marcas que incluem Evra Patch, Femodene, Dedarel, Katya, Marvelon, Mercilon, Millinette, Sunya, Triadene, Yasmin e Yaz.

Fonte:


http://noticias.r7.com/saude/anticoncepcional-pode-causar-coagulo-de-sangue-e-levar-a-morte-03022014

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA SOJA - TUDO O QUE ELES NÃO QUEREM QUE VOCÊ SAIBA.

HISTÓRIA DA SOJA - TUDO O QUE ELES NÃO QUEREM QUE VOCÊ SAIBA

No mundo inteiro, o setor de soja movimenta uma fortuna em dinheiro.
 
E tentam nos fazer acreditar que devemos consumir soja porque ela faz muito bem.

 
Será verdade?
 
Propagada como um alimento rico em proteínas, baixo em calorias, carboidratos e gorduras, sem colesterol, rico em vitaminas, de fácil digestão, um ingrediente saboroso e versátil na culinária, a soja, na verdade, é mais um conto do vigário do qual a maioria é vítima.
 
A soja vem da Ásia, mais especificamente da China.
 
Porém os chineses só consumiam produtos fermentados de soja, como o shoyu e o missô.
 
 
Não é à toa que os antigos chineses não se alimentavam do grão de soja. 
 
Hoje a ciência sabe que ele contém uma série de substâncias que podem ser prejudiciais à saúde e que recebem o nome de antinutrientes.
 
Um desses antinutrientes é um inibidor da enzima tripsina, produzida pelo pâncreas e necessária à boa digestão de proteínas.
 
Os inibidores da tripsina não são neutralizados pelo cozimento.
 
Com a redução da digestão das proteínas, o caminho fica aberto para uma série de deficiências na captação de aminoácidos pelo organismo. Animais de laboratório desenvolvem aumento no tamanho do pâncreas e até câncer nessa glândula quando submetidos a dietas ricas em inibidores da enzima tripsina.
 
Uma pessoa que não absorve corretamente os aminoácidos tem seu crescimento e desenvolvimento prejudicados.
 
Você já notou que os japoneses são, normalmente, mais baixinhos?
 
Já os descendentes que vivem em outros países e adotam as dietas desses países costumam ter uma estatura maior que a média no Japão (Wills, M. R. et al. Phytic acid and nutritional rickets in immigrants. The Lancet, 8 de abril de 1972, p. 771-773).
 
O efeito inibidor da absorção de aminoácidos pode comprometer a fabricação de inúmeras substâncias formadas a partir deles, entre os quais os neurotransmissores.
 
A enxaqueca, a cefaléia em salvas, a cefaléia do tipo tensional e outras dores de cabeça, além de depressão, ansiedade, pânico e fibromialgia, são causadas por um desequilíbrio dos neurotransmissores. Qualquer fator que prejudique a sua fabricação pode aumentar ou perpetuar esse desequilíbrio.
 
A soja contém também uma substância chamada hemaglutinina, que pode aumentar a viscosidade do sangue e facilitar a sua coagulação. Portadores de enxaqueca já sofrem de um aumento na tendência de coagulação do sangue e têm propensão maior a acidentes vasculares. A pior coisa para esses indivíduos é ingerir substâncias que agravam essa tendência.
 
Tanto a tripsina quanto a hemaglutinina e os fitatos são neutralizados totalmente pelo processo de fermentação natural da soja na fabricação de shoyu e missô, e parcialmente durante a fabricação de tofu.
 
Os fitatos, ou ácido fítico, são substâncias presentes não apenas na soja, mas também em todas as sementes, que bloqueiam a absorção de uma série de substâncias essenciais ao organismo, como cálcio (osteoporose), ferro (anemia), magnésio (dor crônica) e zinco (inteligência).
 
Você não sabia de nada disso?
 
Mas a ciência já sabe, estuda esse fenômeno extensamente e não tem dúvidas a respeito.
 
Já comprovou esse fato em estudos realizados em países subdesenvolvidos cuja dieta é baseada largamente em grãos (Van-Rensburg et al. Nutritional status of African populations predisposed to esophageal cancer. Nutr Cancer, v. 4, p. 206-216; Moser, P. B. et al. Copper, iron, zinc and selenium dietary intake and status of Nepalese lactating women and their breast-fed infants. Am J. Clin Nutr, v. 47, p. 729-734; Harland, B. F. et al. Nutritional status and phytate zinc and phytate x calcium zinc dietary molar ratios of lacto-ovo-vegetarian. Trappist monks 10 years later. J. Am Diet Assoc., v. 88, p. 1562-1566).
 
Claro que a divulgação desse conhecimento não é do interesse de toda uma indústria multibilionária da soja.
 
A soja contém mais fitato que qualquer outro grão ou cereal (El tiney ah proximate composition and mineral and phytate contents of legumes grown in Sudan. Journal of Food Composition and Analysis, v. 2, 1989, p. 67-78).
 
Nos demais cereais e grãos (arroz integral, feijão, trigo, cevada, aveia, centeio, etc.), é possível reduzir bastante e neutralizar em grande parte o conteúdo de fitatos com cuidados simples, como deixá-los de molho por várias horas e, em seguida, submeter a um cozimento lento e prolongado (Ologhobo, A.D. et al. Distribution of phosphorus and phytate in some Nigerian varieties of legumes and some effects of processing. J Food Sci, v. 49, n. 1, p. 199-201).
 
Já os fitatos da soja não são reduzidos por essas técnicas simples, requerendo para isso um processo bem longo (muitos meses, no mínimo) de fermentação. O tofu, que passa por um processo de precipitação, não tem os seus fitatos totalmente neutralizados.
 
Interessantemente, se produtos como o tofu forem consumidos com carne, ocorre uma redução dos efeitos inibidores dos fitatos (Sandstrom, B. et al. Effect of protein level and protein source on zinc absorption in humans. J Nutr, v. 119, n. 1, p. 48-53; Tait, S. et al. The availability of minerals in food, with particular reference to iron. J. R. Soc. Health, v. 103 n. 2, p. 74-77).
 
Mas geralmente os maiores consumidores de tofu são vegetarianos que pretendem consumi-lo em lugar da carne! O resultado? Deficiências nutricionais que podem levar a doenças como dores crônicas e fibromialgia.
 
O zinco e o magnésio são necessários para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso.
 
O zinco, em particular, está envolvido na produção de colágeno, na fabricação de proteínas e no controle dos níveis de açúcar no sangue, além de ser um componente de várias enzimas essencial para o nosso sistema de defesas.
 
Os fitatos da soja prejudicam a absorção do zinco mais do que qualquer outra substância (Leviton, Richard. Tofu, tempeh, misso and other soyfoods. The "Food of the Future" - How to Enjoy Its Spectacular Health Benefits, Keats Publishing Inc, New Canaan, CT, 1982, p. 14-15).
 
Por causa da tradição oriental, a indústria da soja conseguiu inseri-la em um status de "alimento saudável", sem colesterol, e vem desenvolvendo um mercado consumidor cada vez mais vegetariano. Infelizmente, ouvimos médicos e nutricionistas desinformados, ou melhor, mal informados por publicações pseudocientíficas patrocinadas e divulgadas pela indústria da soja, fornecendo conselhos em programas de TV em rede nacional para consumi-la na forma de leite de soja (até para bebês!), carne de soja, iogurte de soja, farinha de soja, sorvete de soja, queijo de soja, óleo de soja, lecitina de soja, proteína texturizada de soja e a maior sensação do momento: comprimidos de isoflavona de soja.
 
A divulgação na grande mídia desses produtos, de paladar no mínimo duvidoso, como saudáveis tem resultado em uma aceitação cada vez maior deles pela população.
 
Sabe como se faz leite de soja industrializado?
 
Primeiro, deixa-se de molho os grãos em uma solução alcalina, de modo a tentar neutralizar ao máximo (mas não totalmente) os inibidores da tripsina.
 
Depois essa pasta passa por um aquecimento a mais de 100 graus, sob pressão. Esse processo neutraliza grande parte (mas não a totalidade) dos antinutrientes, mas, em troca, danifica a estrutura das proteínas, tornando-as desnaturadas, de difícil digestão (Wallace, G. M. Studies on the processing and properties of soymilk. J Sci Fd Agric, v. 22, p. 526-535).
 
Além disso, os fitatos remanescentes são suficientes para impedir a absorção de nutrientes essenciais.
 
A propósito, aquela tal solução alcalina onde a soja fica de molho é à base de n-hexano, nada mais que um solvente derivado do petróleo, cujos traços ainda podem ser encontrados no produto final, que vai para a sua mesa e que pode gerar o aparecimento de outras substâncias cancerígenas.
 
Esse n-hexano reduz também a concentração de um aminoácido importante, a cistina (Berk, Z. Technology of production of edible flours and protein products from soybeans. FAO Agricultural Services Bulletin, 97. Organização de Agricultura e Alimentos das Nações Unidas, p. 85, 1992).
 
Felizmente, a cistina se encontra abundante na carne, ovos e iogurte integral - alimentos normalmente evitados pelos consumidores de leite de soja.
 
 
Mas como?
 
A soja não é saudável?
 
Não é isso que dizem os médicos e nutricionistas?
 
Infelizmente, a culpa não é deles, e sim do jogo de desinformação que interessa a toda a indústria alimentícia.
 
A alimentação, assim como a saúde, é um grande negócio.
 
Dois terços de todos os alimentos processados industrialmente contêm algum derivado da soja em sua composição.
 
É só conferir os rótulos.
 
A lecitina de soja atua como emulsificante.
 
A farinha de soja aumenta a "vida de prateleira" de uma série de produtos.
 
O óleo de soja é usado amplamente pela indústria de alimentos.
 
A indústria da soja é enorme e poderosa.
 
E como se fabrica a proteína de soja?
 
Em primeiro lugar, retira-se da soja moída o seu óleo e o seu carboidrato usando solventes químicos e alta temperatura. Em seguida, mistura-se uma solução alcalina para separar as fibras. Logo após, submete-se a um processo de precipitação e separação utilizando um banho ácido. Por último, vem um processo de neutralização com uma solução alcalina. Segue-se a uma secagem a altas temperaturas e à redução do produto a um pó. Esse produto, altamente manipulado, tem seu valor nutricional totalmente comprometido. As vitaminas se vão, mas os inibidores da tripsina permanecem firmes e fortes (Rackis, J. J. et al. The USDA trypsin inhibitor study. I. Background, objectives and procedural details. Qual Plant Foods Hum Nutr, v. 35, p. 232).
 
Não existe nenhuma lei no mundo que obrigue os alimentos à base de soja a exibir nos rótulos a quantidade de inibidores da tripsina. Também não existe nenhuma lei padronizando as quantidades máximas desse produto. Que conveniente!
 
O povo, coitado, só foi "treinado" para ficar de olho na quantidade de coleterol – esta informação sim, sim, presente em todos os rótulos. Uma substância natural e vital para o crescimento, desenvolvimento e bom funcionamento do cérebro e do organismo como um todo.
 
O povo nunca ouviu falar nos antinutrientes e inibidores da tripsina dos alimentos de soja.
 
A proteína texturizada de soja (proteína texturizada vegetal, carne de soja) tem ainda como agravante a adição de glutamato monossódico, no intuito de neutralizar o sabor do grão e criar um sabor de carne.
 
Alguns pesquisadores acreditam que o grande aumento das taxas de câncer de pâncreas e fígado na África se deve à introdução de produtos de soja naquela região (Katz, S. H. Food and biocultural evolution a model for the investigation of modern nutritional problems. Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 p. 50).
 
Soja transgênica
 
É outro ponto negativo da soja. 
 
Infelizmente, a soja produzida no Brasil hoje é quase toda modificada geneticamente.
 
Dica
 
Quando consumir soja, utilize apenas os derivados altamente fermentados, como o missô e o shoyu. 
 
Mesmo assim, muita atenção para os rótulos.
 
Compre apenas se neles estiver escrito "fermentação natural" e se NÃO contiverem produtos como glutamato monossódico e outros ingredientes artificiais. Quando consumir tofu, certifique-se de lavá-lo com água corrente, pois grande quantidade dos antinutrientes ficam no seu soro.
 

*Texto adaptado de “Soja, a história não é bem assim”, de Alexandre Feldman, publicado em www.enxaqueca.com.br